Ultimamente,
vai sendo fácil perceber que algumas pessoas foram perdendo importância numa
altura em que, na verdade, pensavam ganhá-la. São pessoas que agregaram a sua
marca de singularidade a uma espécie de patente registada – a patente das
minorias. E, obviamente, perderam-na.
Na verdade,
não estou, como nunca estive, verdadeiramente preocupado com o facto de ser
socialmente identificado como sendo parte de uma minoria. As minorias dão, até
por uma questão de regras da Física, quase automaticamente origem às ditas
maiorias. É um ciclo: minorias que se transformam em maiorias e maiorias que,
por terem sido minorias, regressam às suas próprias origens de minoria
abandonada.
Mas hoje,
ser da minoria é o mesmo que ser da reacção, mesmo que o termo já pouco ou nada
signifique (pelo menos da maneira que se julgava significar há uns anos). Eu
acho que quem o diz tem razão. Ser da minoria significa estar sempre alerta,
sempre à procura de quem anda a pensar em nos tramar. Ser da minoria é como ser
uma espécie de bastião da liberdade das pessoas das minorias, é lutar, mesmo
que não se saia do sofá, contra tudo e todos, contra todos aqueles que com tudo
pretendem, tecnicamente falando, foder-nos.
Eu prefiro
agir em vez de reagir. Se um dia entenderem que devem pôr-me, e vamos a
exemplos, uma matrícula cor-de-rosa choque na traseira do Fiat, estejam à
vontade. É tudo vosso, desde que eu perceba que os outros, os prejudicados,
ainda preferem reagir em vez de, uma vez na vida que seja, fazer as coisas ao
contrário.
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