Imagina que a única forma de sobreviveres neste mundo passava por teres uma grande ideia.

Agora, imagina que essa grande ideia (ou aquilo que, antes de materializada, poderia ser a tua grande ideia, a ideia que te salvaria das agruras de uma vida anónima e afogada em dívidas) passaria por criares uma fábrica de produtos que salvariam os outros da morte - da morte física. Comprarias máquinas e contratarias pessoas para manobrarem essas máquinas que teriam, como fim último, a salvação, mesmo que momentânea, da saúde do outro.

Implantarias, pois, um conjunto de produtos e serviços que ajudariam o outro a conservar a sua saúde física e mental, produtos esses que seriam vendidos e serviços que seriam administrados a quem os pudesse pagar.

O teu sucesso, embrenhado no sucesso da tua fábrica bem como na satisfação de quem contigo colaborasse, resultaria, pois, da infelicidade, mesmo que passageira, do outro, que se veria confrontado com a necessidade de se servir de ti, partindo da sua própria necessidade de se salvar da morte.

Assim sendo, da infelicidade do outro resultaria o sucesso da tua fábrica ou, pelo menos, a razão da sua fundação e da ideia que, um dia, tiveste.

Imagina ainda que, um dia, descobririas que os produtos que vendes ou os serviços que implementaste poderiam ser feitos pelos teus clientes, mesmo que de uma outra forma, em casa e seriam tão ou mais eficazes quanto ao seu fim último.

Agora senta-te no tempo presente.

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