Sempre me pareceu certa a ideia de que o que conhecemos do mundo é uma espécie de reconhecimento. É como se retomássemos as rédeas de algo que esteve às voltas entre nós próprios (um insecto) e que, de repente, parou, flutuando, diante de nós. Desconfio que conhecemos, igualmente, tudo o que há a saber sobre nós, embora tudo que flutua, a esse respeito, à nossa frente provoque um desvio do olhar.

Não sei, no entanto, se tal desvio do olhar é propositado ou se respeita ao conjunto de condições ligadas à inevitabilidade do pensar, que é como dizer à impossibilidade de fugirmos de nós mesmos enquanto aquilo que, no essencial, somos.


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